O percurso, o trabalho e as ideias dos nossos convidados partilhadas connosco. De diferentes lugares, de diferentes gerações, a tipografia de caracteres móveis a uni-los.
10 Outubro 2019
Alan Kitching (RDI AGI Hon FRCA), é um dos mais importantes designers e impressores tipográficos do mundo. Nascido em 1940, em Darlington, no Condado de Durham, foi aprendiz de compositor (1956-61) antes de conhecer Anthony Froshaug e fundar com ele uma oficina de impressão experimental no Watford College of Technology, School of Art (1964). Trabalharam juntos até 1967, tendo Alan continuado a colaborar com Froshaug em projectos de estudantes na Central School of Art & Design.
Em 1973, estabelece-se por conta própria como designer em Londres. Em 1977, juntou-se a Derek Birdsall e criam o estúdio Omnific, começando a imprimir em tipografia em 1985. Pouco depois, cria a sua oficina, The Typography Workshop, em Clerkenwell (1989) e começa a dar aulas de impressão tipográfica no Royal College of Art (1991– 2006).
A partir de 1994 começa a trabalhar em parceria com a designer/escritora Celia Stothard, que se tornaria sua mulher. Infelizmente, Celia vem a falecer em 2010, após uma longa e corajosa luta contra o cancro.
Alan continua a expor e a dar palestras um pouco por todo o mundo, sendo reconhecido pelo uso expressivo que faz dos caracteres móveis de madeira e chumbo em encomendas e impressões de autor em edições limitadas.
10 Outubro 2019
Completou o curso de tipógrafo-compositor numa escola Salesiana, tornando-se logo de seguida ele próprio formador nestas es colas que foram referência no ensino profissional da tipografia. O mérito leva-o a Itália, onde obtém o diploma do Magistério Gráfico, li cenciando-se, de pois, em Ciências e Artes Gráficas. De volta a Portugal, e após passagem pelo Funchal onde coordena a formação gráfica e gere a tipografia da Escola Salesiana, entra, em 1970, por concurso público, para a Imprensa Nacional.
Mantém-se durante cerca de 25 anos na Direcção de Produção Gráfica, em anos de grande transformação, que começaram com a tipografia e acabaram no digital, passando pela fotocomposição. Foi o responsável pelos últimos catálogos de tipos da fundição tipográfica e redesenhou três séries de caracteres ( «Europa», «Bicentenário» e «Lusitanas») que foram produzidos em liga metálica. Sai para se dedicar a outra paixão de sempre, a formação (a todos os níveis de ensino), fundando o Curso de Tecnologias e Artes Gráficas do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), o primeiro em Portugal em que o ensino-aprendizagem das tecnologias e artes gráficas é elevado ao nível do Ensino Superior. No IPT, entre outras, criou uma oficina tipográfica de referência, reunindo um importante espólio cedido em grande parte pela Imprensa Nacional, além de doações de conhecidas empresas de materiais gráficos.
Afastado profissionalmente há vários anos, continua uma voz bastante activa no mundo da criatividade gráfica (e não só…). É provavelmente quem mais sabe de tipografia de caracteres móveis entre nós. Continua a considerar-se um tipógrafo e vem partilhar um pouco do muito que sabe.
11 Outubro 2019
Artista gráfico e tipógrafo, nasceu em São Paulo. Director e sócio-fundador da OTSP — Oficina Tipográfica de São Pau lo, uma das referências da tipografia de caracteres móveis contemporânea. Type designer, autor de fontes do catálogo da ITC — In ternational Typeface Corporation e sócio da typefoundry digital Now Type.
É autor de vários livros sobre tipografia e co-editor da revista brasileira Tupigrafia, dedicada à tipografia e caligrafia. Vi veu (e ocasionalmente ainda vive…) em Itália, onde é colaborador regular da Tipoteca Italiana Fondazione (outra Meca da tipografia de caracteres móveis) e foi co-editor da revista Tipoitalia, publicada por esta.
Orienta regular mente workshops de tipografia de caracteres móveis e é convidado para palestras em locais de referência. Entre estes, contam-se o Hamilton Wood Type and Printing Museum, nos E.U.A., a St. Bride Library em Londres ou ainda conferências como a ATypI, a TypoBerlin ou a norte-americana TypeCon.
10 Outubro 2019
O Homem do Saco é uma colusão internacional contra a fealdade do mundo, sob a forma de associação cultural e atelier de tipografia e de edições artesenais (ou não tanto). Constituído por Juan Yusta, Miguel Pereira, Luís Henriques, Luís França, Joana Pombo, Manuel Diogo, Mariana Pinto dos Santos, Ricardo Castro e Rui Miguel Ribeiro, imprime cartazes e edições de algumas dezenas de exemplares, em ti pografia de caracteres móveis, serigrafia, gravura e outras técnicas (recorre também a impressões digitais, a Risografia ou a offset, em edições de tiragens maiores). Há várias chancelas editoriais dentro do Saco: Landscapes d’ Antanho, Pianola, Momo, Diário de um Ladrão, 100 cabeças, Troppo inchiostro, O Homem do Saco.
Eventualmente, também respinga tinta por encomenda, para executar pequenas edições de autor, edições ou capas de outras editoras, cartões, menus ou workshops de tipografia.